“Most favorite songwriters in the world.”- assim se referia Kurt cobain dos The Vaselines, uma banda escocesa de que era grande fã e da qual os nirvana acabaram por fazer três covers: Son of a Gun, Molly´s Lips (inseridas em Incesticide), e Jesus wants me for a sunbeam (que faz parte do MTV Unplugged, com um nome ligeiramente diferente). Esta ligação com os Nirvana, acabou por dar a conhecer ao mundo uma banda que, sem essa ajuda talvez nunca tivesse sido descoberta (ou, pelo menos, demoraria um pouco mais a sê-lo) mas que, mesmo assim, permanece, lamentavelmente, um pouco esquecida.
Os Vaselines foram criados em Edimburgo no ano de 1987 por Eugene Kelly e Frances McKee, aos quais mais tarde se juntaram Charles Kelly na bateria e James Seenan no baixo. Tendo lançado apenas dois EPs, no final dos anos 80, e um álbum, em 1990, chamado Dum Dum têm, portanto, um repertório pouco extenso que se encontra reunido no recentemente lançado Enter The Vaselines. Son of a Gun foi o seu primeiro single e as suas musicas caracterizam-se por letras de temática sexual, cantadas por vozes doces e, muitas vezes, sobre um fundo de guitarras barulhentas, sendo notória a influência dos Velvet Underground
Os The Vaselines acabaram na semana em que foi lançado o álbum de estreia, apenas quatro anos após a sua formação. Com o final do projecto, Eugene Kelly e Frances McKee, cada um por seu lado, acabaram por seguir carreiras musicais em outras bandas e a solo.
Em 2006, os dois membros fundadores do grupo, juntaram-se pela primeira vez em quase 20 anos numa digressão conjunta para promover os respectivos álbuns a solo, voltando a juntar-se já em 2008 para alguns concertos. A reedição do seu trabalho, no duplo Enter the Vaselines, é uma boa oportunidade para descobrir uma daquelas bandas...que vale a pena ouvir.
("Most favorite songwriters in the world." - That was said by Kurt Cobain about The Vaselines, a Scottish band whom he was big fan, and Nirvana had eventually covered three of their songs: Son of a Gun, Molly's Lips (inserted in Incesticide), and Jesus wants me for a sunbeam (which is part of MTV Unplugged, with a slightly different name). This link with the Nirvana eventually gave to the world a band that, without such help might never have been discovered (or at least take a little longer to be) but that still remains, unfortunately, a little forgotten.
The Vaselines were established in Edinburgh in 1987 by Eugene Kelly and Frances McKee, which later joined Charles Kelly on drums and Charly James on bass. With only two EPs in the late 80's and one album in 1990 called Dum Dum therefore have a small repertoire that is assembled in the recently released Enter The Vaselines. Son of a Gun was the first single and their songs are characterized by sex-themed lyrics, sung by sweet voices and often against a background of loud guitars, and The influence of the Velvet Underground.
The Vaselines ended the week it was released the debut album, just four years after its formation. With the end of the project, Eugene Kelly and Frances McKee, each one in turn, eventually pursue careers in music bands and solo.
In 2006, two founding members of the group gathered for the first time in nearly 20 years on a joint tour to promote their solo albums, returning to join in 2008 for concerts. A reprint of their work, the double Enter the Vaselines, is a good opportunity to discover one of those bands ... it's worth listening to.)
Quando o cinema deu os seus primeiros passos, Mélies era um ilusionista profissional que se interessou pela recém-nascida sétima arte, formou a companhia cinematográfica Star-Films e tornou-se num dos cineastas mais importantes naquilo que foi o desenvolvimento do cinema enquanto expressão artística. As experiências que fez nos mais de 500 filmes realizados e, muitas vezes interpretados, por si estão intimamente relacionadas com o seu trabalho de ilusionista, uma vez que transportou para o ecrã a fantasia dos espectáculos de magia, aproveitando as potencialidades técnicas do cinema enquanto criador de ilusões. Entre as técnicas de efeitos em que foi pioneiro, encontram-se as trucagens, as exposições múltiplas e variadas ilusões de óptica que estão na origem dos efeitos especiais no cinema.
O filme que o tornou célebre foi Le Voyage Dans La Lune (1902), vagamente baseado nos livros Da Terra à Lua de Julio Verne e O Primeiro Homem na Lua de H.G. Wells , que conta a história de um grupo de cientistas que constroem um foguetão em forma de bala e viajam até à Lua, descobrindo que ela é habitada por seres hostis denominados Selenitas e conseguem regressar à Terra, onde são recebidos como heróis por uma parada em sua honra .
Le Voyage Dans La Lune é uma curta-metragem, excepcionalmente longa para a época, uma vez que, na altura, predominavam os pequenos clips de alguns minutos que, ao contrário dos filmes realizados por Mélies, retratavam pequenas situações quotidianas (como por exemplo a chegada de um comboio ou a refeição de um bebé) e pretendiam ser um espelho da realidade, explorando a captação do movimento que, afinal, foi a sua grande inovação enquanto avanço científico. Le Voyage Dans La Lune, e os restantes filmes de Mélies, vieram apontar um novo caminho em direcção à criação de uma linguagem artística cuja capacidade de captar a dimensão temporal lhe permite a construção de uma narrativa. Apesar de ainda se apoiar no dispositivo teatral em que a câmara é fixa num plano frontal estático, como se estivéssemos perante um palco, e de a história progredir através de uma sucessão de planos, ou seja, apesar de não existirem grandes inovações a nível da montagem ou da linguagem dos planos, os filmes de Mélies em geral, e La Voyage Dans La Lune em particular, abriram novas portas ao cinema e deram origem ao cinema de ficção em geral e a géneros como a fantasia, o terror e a ficção cientifica em particular, com os seus efeitos especiais e cenários fantásticos, bem como a imagens iconográficas da história da sétima arte, como a do foguetão a aterrar no olho da lua.
(When the film took its first steps, Mélies was a professional magician who became interested in newborn seventh art, formed the film company Star-Films and became one of the most important filmmakers in what was the development of cinema as artistic expression . The experiences made in over 500 films and often interpreted by himself are closely related to his work as a magician, since he moved to the screen the fantasy of magic shows, using the technical capabilities of the movie maker illusions. Among the techniques he pioneered, are the "trickery"(?), the multiple exposures and various optical illusions that are the source of the special effects in movies. The film that made him famous was Le Voyage Dans La Lune (1902), loosely based on the books the Earth to the Moon by Jules Verne and The First Man on the Moon by HG Wells, who tells the story of a group of scientists who build a bullet-shaped rocket and travel to the moon, discovering that it is inhabited by hostile beings called Selenites and then can return to Earth, where they are greeted as heroes by a parade in their honor. Le Voyage Dans La Lune is a short film, exceptionally long for that age, since at the time dominated small clips of a few minutes that, unlike the films made by Méliès, portrayed small everyday situations (such as arrival of a train or a meal from a baby) and claimed to be a mirror of reality, exploring the motion capture, after all, it was his breakthrough as a scientific breakthrough. Le Voyage Dans La Lune, and the other Mélies films came to appoint a new path towards the creation of an artistic language whose ability to capture the temporal dimension allows you to build a narrative. While still supporting the theatrical device in which the camera is fixed in a static frontal plane, as if we were dealing with a stage, and the story progress through a succession of plans, although there are no major innovations at the montage language of the plans, Mélies films generally, and La Voyage Dans La Lune in particular, have opened new doors to the cinema and originated to fictional cinema in general and fantasy, horror and science fiction in particular with its special effects and fantastic scenery, and the iconographic images of the history of the cinema, such as the rocket landing in the eye of the moon.)
Na obra de arte digital,ASCII A History of Moving images, o artista eslovenoVuk Cosicconverte excertos de filmes e séries clássicos comoCouraçado Potemkine, Blow Up, Psycho, Star Trek e Deep Throat em clips de animação em que cada fotograma é transformado numa imagem constituída por caracteres ASCII em vez de pixéis para dar forma a figuras e sombras, transformando as imagens filmadas em novos fotogramas que faz correr numa sucessão rápida.
O código ASCII (American standard Code for Information Interchange), desenvolvido a partir da linguagem telegráfica e utilizado desde 1963, serve-se de um conjunto de números correspondentes a letras e símbolos, permitindo trocar texto escrito em inglês entre diferentes sistemas de computador. A sua utilização para simular imagens era bastante comum quando os computadores não tinham capacidade gráfica. Vuk Cosic eleva-a a um outro nível ao dar-lhes movimento, recriando cenas icónicas da história do cinema e da televisão. Esta obra é, ainda, um exemplo de apropriação e reinterpretação, uma estratégia artística comum na arte digital, em que as novas tecnologias proporcionam um meio fácil de encontrar e modificar imagens, sons, textos, etc.
Formado em arqueologia, este artista explorou a estética das tecnologias antiquadas, numa abordagem arqueológica dos média, e utilizou os caracteres ASCII em vários outros trabalhos, entre 1996 e 2001, tais comACSII History of Art for the Blind. (“Tento olhar para o passado e melhorar alguma tecnologia marginalizada ou esquecida”). Vuk Cosic é um dos pioneiros de uma geração de artistas que começou a abordar a internet como um meio próprio, um novo espaço onde se pode intervir artisticamente, fazendo uso das tecnologias emergentes e explorando as suas possibilidades estéticas, culturais e políticas. Devido à ligação com a internet que possibilitou a criação de comunidades sem entraves geográficos, este foi um movimento global, uma resposta à globalização cultural e económica, que esteve relativamente isolado do mundo da arte até 1997, quando foi incluído pela primeira vez na exposição documenta X.
(In the work of digital art, ASCII A History of Moving images, the artist Vuk Cosic converts excerpts from films and classics like Battleship Potemkin, Blow Up, Psycho, Star Trek and Deep Throat in clips of animation where each frame translated consists of ASCII characters instead of pixels to form figures and shadows, making the images filmed in new frames that are run in rapid succession. The ASCII (American Standard Code for Information Interchange), developed from telegraphic language and used since 1963, serves up a set of numbers for letters and symbols, allowing exchange text written in English between different computer systems. Its use to simulate images was quite common when computers had not graphics. Vuk Cosic elevates it to another level by giving them motion, recreating iconic scenes in film history and television. This work is also an example of appropriation and reinterpretation, an artistic strategy common in digital art, where new technologies provide an easy way to find and modify images, sounds, text, etc.. Degree in archeology, it explored the aesthetics of dated technology in archaeological approach of the media, and used the characters in several other studies, between 1996 and 2001, with such ACSII History of Art for the Blind. ( "I try to look back and improve some technology marginalized or overlooked"). Vuk Cosic is one of the pioneers of a generation of artists who started to address the Internet as a medium itself, a new space where we can intervene artistically, making use of emerging technologies and exploring its aesthetic, cultural and political possibilities. Because of the connection to the internet that led to the creation of communities without geographic barriers, it was a global movement, a response to economic and cultural globalization, which was relatively isolated from the art world until 1997 when it was first included in the explanatory Documenta X.)