Mona é encontrada morta de frio numa valeta. É este o ponto de partida para uma investigação, sobre os últimos dias desta misteriosa rapariga, que nos é proposta por Sans Toi ni Loi. Esta “reconstituição” é feita através da intercalação de flashbacks e relatos das pessoas com quem Mona se foi cruzando, com sequências narrativas do seu percurso. Em muitos momentos, a câmara, também ela errante, é a única testemunha da decadência solitária de Mona e reconstitui os seus passos para além do que é relatado pelos outros personagens. Mona é uma jovem sem rumo, sem objectivos, que desistiu de tentar integrar-se na sociedade. Antipática, um tanto selvagem, suja. O filme acaba por nos dizer menos sobre a história dela e mais sobre o impacto que tem nas pessoas que contactam consigo, através das formas díspares como a descrevem. Sans Toi ni Loi é um filme de personagens e sobre o significado de liberdade. A maior parte dos actores não são actores. A própria personagem de Mona é baseada numa rapariga real, que Varda conheceu na estrada, e que tem um pequeno papel no filme.
Sans Toi ni Loi ganhou o Leão de Ouro em 1985 e valeu a Sandrinne Bonnaire, a protagonista, na altura com apenas 17 anos, o César de melhor actriz.
Agnès Varda nasceu em 1928, na Bélgica. Estudou História da Arte na Ecole du Louvre e trabalhou como fotógrafa em Paris. Em 1954, decidiu fazer o seu primeiro filme, La Pointe Courte. Apesar de comummente associada à Nouvelle Vague, Agnès Varda pertenceu ao movimento da Rive Gauche, juntamente com Chris Marker, Alain Resnais, Marguerite Duras, etc., que estava ligado ao Nouveau Roman na literatura. Este movimento foi contemporâneo da Nouvelle Vague e os membros de ambos os “grupos” colaboraram muitas vezes. Para além da sua obra cinematográfica, Agnès Varda é, também, conhecida pelos seus trabalhos em fotografia e instalações.
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Mona is found dead of cold in a ditch. This is the starting point for an investigation on the last days of this mysterious girl, that Sans Toi ni Loi proposes us. This "restoration" is done by merging the flashbacks and stories of those with whom Mona went cruising, with narrative sequences of his pathway. In many moments, the camera, also wandering, is the only witness to the lonely decadence Mona and retraces her steps beyond what is reported by the other characters. Mona is a young drifter, with no goals, which gave up trying to integrate into society. Disagreeable, somewhat wild, dirty. The film ends by telling us less about her story and more about the impact she has on people who have contact with her, through the disparate forms they describe her. Sans Toi ni Loi is a movie about characters and the meaning of freedom. Most actors are not actors. The very character of Mona is based on a real girl, that Varda met on the road, and has a small role in the film. Sans Toi ni Loi won the Golden Lion in 1985 and earned Sandrinne Bonnaire, the protagonist, then only 17 years, the César for best actress. Agnès Varda was born in 1928 in Belgium. she studied art history at Ecole du Louvre and worked as a photographer in Paris. In 1954, Varda decided to make her first film, La Pointe Courte. Although commonly associated with New Wave, Agnès Varda belonged to the movement of the Rive Gauche, with Chris Marker, Alain Resnais, Marguerite Duras, etc.., Which was linked to the Nouveau Roman literature. This movement was contemporary of the Nouvelle Vague and members of both "groups" often collaborated. In addition to her film work, Agnès Varda is also known for her work in photography and installations.
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