Tulsa (1970) de Larry Clark

Dead (1970)







Larry Clark




A obra de Larry Clark é considerada uma das mais importantes na fotografia pós-segunda guerra mundial. Nascido em Tulsa, Oklahoma, desde cedo, viveu em contacto com a fotografia, através da sua mãe que era fotógrafa. Estudou fotogafia na Layton School of Art em Milwaukee e foi depois para Nova Yorque até ser obrigado a alistar-se para servir na guerra do Vietname.
Quando voltou do Vietname, Larry Clark regressou á sua cidade natal, Tulsa. È nesta altura, ao longo da década de 60, que tira as fotografias que farão parte de Tulsa, livro publicado em 1971 aclamado pela critica e, ao mesmo tempo, escandalizando por desmistificar a ideia de que o uso de drogas era exclusivo da experiência urbana. O facto de Clark fazer parte do grupo, de ser um “participante no fenómeno”, dá-lhe uma perspectiva única, a de quem toma parte na experiência e não é um mero observador, transmitindo um carácter muito pessoal e autêntico às fotografias. As imagens são-nos apresentadas por ordem cronológica e, ao longo dos anos, assistimos á trajectória, do final da adolescência à idade adulta, de um grupo de jovens constituído por um núcleo de pessoas sempre presentes. Tulsa é um trabalho pioneiro na forma realista como retrata o tema. Larry Clark utiliza imagens explícitas, muitas vezes chocantes para o espectador. O seu trabalho foi criticado pela crueza que é, por vezes, interpretada como explorativa mas, segundo o autor, o seu objectivo é levantar questões de carácter social, colocando lado a lado as acções e as suas consequências. Em ultima análise, a postura que adopta é a do narrador que faz um comentário social e antropológico, baseado na cumplicidade partilhada com as pessoas que retrata e sem a qual seria impossível obter tais resultados.
 Larry Clark expõe o objecto da sua “investigação artística” de forma crua e sem preconceitos nem pudor. Tulsa é seguido por Teenage Lust (1983), The Perfect Childhood (1995). Desde os seus primeiros tempos como fotografo, o objectivo de Larry Clark era o cinema. Em 1995, conseguiu finalmente realizar o seu primeiro filme, KIDS que estreou no festival de Sundance, tornando-se um clássico instantâneo. Também no cinema, Larry Clark tem um estilo próprio muito definido, coerente com o seu trabalho na fotografia. Realizou, ainda vários filmes nos últimos anos, como Ken Park, Another Day in Paradise e Bully, que mantêm o mesmo tom e foco que as suas fotografias. O tema que atravessa toda a obra de Clark, sem excepção, de uma forma obsessiva, ao ponto de se poder dizer que toda a sua trajectória se baseia em variações sobre um mesmo assunto, é a juventude e os seus comportamentos de risco numa idade em que a construção da identidade é central. 





The work of Larry Clark is considered one of the most important in photography after World War II. Born in Tulsa, Oklahoma, lived in contact with photography through his mother, who was a photographer. Larry Clark studied photography at Layton School of Art in Milwaukee and later goes New York, to be forced to enlist to serve in the Vietnam War. 
When he returned from Vietnam, Larry Clark returned to his hometown of Tulsa. It is at this point, over the  60's, he shot the photos that would be part of Tulsa, a book published in 1971 that was critically acclaimed and at the same time, astounded by demystifying the idea that drug use was uniquely a urban experienceThe fact that Clark was part of the group, a participant in the phenomenon, gives him a unique perspective, that of those taking part in the experiment and not a mere observer, conveying a very personal character. The images are presented to us in chronological order and, over the years we see the evolution, from late adolescence to adulthood, of a youth group consisting of a core of people always present. Tulsa is a pioneering work because of its realism in portraying the theme. Larry Clark uses graphic images, often shocking to the viewer. His work was criticized by the rawness that is sometimes interpreted as exploitative but, according to the author, its purpose is to raise social questions, placing side by side actions and their consequences. Ultimately, adopting the posture of the narrator that makes a social and anthropological comment, based on the shared complicity with the people it portrays, without which it would be impossible to achieve such results.
 
Larry Clark exposes the subject of his "artistic research"  without prejudice or shame. Tulsa is followed by Teenage Lust (1983), The Perfect Childhood (1995). From his early days as a photographer, Larry Clark's objective was film. In 1995, he finally made his first film, KIDS which premiered at Sundance, becoming an instant classic. Also in the film, Larry Clark has a very definite style of his own, consistent with his work in photography. Also carried out several films in recent years, as Ken Park, Another Day in Paradise and Bully, which keep the same tone and focus of his photos.The theme running through Clark's work, without exception, in an obsessive way, to the point of being able to say that the whole trajectory is based on variations on the same subject, is  youth and their risky behaviors at an age that the construction of identity is central. 

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